Anseio da manhã no meio da noite longa...


Mergulho no breu que se estende à minha frente
Apalpo o chão que me falta em cada passo que dou a medo
Não tenho outro remédio...
A noite alonga-se em redor da volta lenta dos ponteiros do relógio preguiçoso.
Escuto uma voz que me persegue em cada minuto das horas que não passam.
Um eco que me chega em surdina e se repete vezes sem conta.
São três da manhã de uma noite sem fim...
Dou por mim a fitar o relógio que me olha descarado lá do alto
Pendurado no lado avesso da parede erguida em frente de mim.
Tem ponteiros matreiros que nem se movem...
Estará avariado? Parece que sim!
Estremeço, quando um som familiar de objectos largados à bruta na minha mesa arrumada
Me chama ao mundo real e me lembra o porquê de estar ali!...
Lanço um último olhar ao meu alvo habitual...
Afinal, os ponteiros matreiros haviam-se mexido sem que eu desse por isso!
E a noite havia-se escondido no lado oposto da manhã.
A mesma manhã que nasceu no meu anseio, muito antes de ter clareado...

29 impulsos:

Anónimo disse...

Ancei, que aperta o coração, has vezes sem razão...

Belo poema

Bjca doce

A.S. disse...

Há noites que são feitas de pedaços
recolhidos de noites já desfeitas
Perdidas na promessa dos abraços
de noites que nunca foram feitas...

(***)


Pata ti.. com um beijo!

Anónimo disse...

Uma noite insone e a ânsia de reacender o que em ti fervilha. Lindos poemas. Escreves muiiiiiito e encantas. Beijinhos.

Paulo Afonso Ramos disse...

Olá querida Cleo

É um prazer ler o que habilmente constróis, porque consegues dar as mais simples palavras a magia que todos precisamos encontrar quando as lemos.

Também por isso os meus parabéns

Um beijo AR

*Um Momento* disse...

O Relógio...O Tempo
A espera... a procura...
A Ãnsia
Lindo o que li

Um beijo... em ti(*)

Anónimo disse...

A noite de retalhos colecciona os nossos anseios, os nossos medos, os nossos sonhos, as nossas esperanças...muitas vezes, colecciona lágrimas também. Curioso, também passei uma madrugada a deambular e assisti ao nascer do dia meio ocultado.

Belo texto. Sentido.
Já fui espreitar o blog do Sonhador. Tinhas razão. Aliás, tens! Vale muito a pena. Obrigado pela referência!

Beijinhos em fio aqui da Teia.

R. disse...

já te visito há algum tempo,muito antes de eu própria existir por aqui.ouves a mesma música que eu,e isso é tanto!... esta que toca agora,irá estar também a tocar lá no vertigens...um dia destes..beijinhos

estás linkada ;)*

AFSC disse...

Um bom texto, como sempre, palavras que nos identificamos, e sempre o bom gosto musical...

tudo de bom****

Lívio disse...

implacável o tempo, como a vida...por vezes parece parado, mas só finge...

Serenidade disse...

Impulsos,

essa tua forma de descrever uma noite de insónia em que anseias a manhã e que as trevas se vão, embora tb sejam necessárias, afinal de contas o corpo e a mente precisam do decanso, o bem merecido descanso da guerreira:)
Mas, estava eu dizendo, que est´´a magnífico esta tua manhã ansiada:)

Serenos sorrisos

Luiz Carlos Reis disse...

O anseio angustiante de que o tempo jamais parou...Pois é certo que ao menos retroceda e traga à memória os momentos bons.

Fica bem! Abraço no coração!

Vício disse...

ao contrario de outras noites em que o relogio podia ser multado por excesso de velocidade!
nunca é como queremos!

AC disse...

Lindissimo miuda, o Poema, a Musica, o video, o conjunto.
Tu no teu melhor, parabéns.

Beijo

Plum disse...

Perfeito***

Conceição Bernardino disse...

Olá,
Desculpe a minha ausência, mas o que importa é, que estou de volta.
Continuarei a comentar, é esta a minha maneira de ser:
Oferendo este poema da “FLY” – do blog “Pedaços DÀlma”


Ausência

Quero largueza desta dor
Apartar-me desta saudade,
Libertar-me desta angústia e vencer esta dor
Mas é em vão...
Vão passar-se muitos anos Pai e eu vou sempre chorar a tua ausência.
Sinto a tua falta!
Queria poder sorrir e dizer "hoje vou visitar-te"
E digo-o à mesma, mas não vejo o teu sorriso,
não sinto a tua voz,
não sinto o calor do teu toque,
nem o teu afago ou beijo...
Estou triste.
(...)
Porque teimam as lágrimas em cair ...?
Porque é que hoje o dia está cinzento
E o vento traz brisas negras de saudade?
Porque é que a minha mão continua estendida
E eu não sinto o teu calor?
Não estás...…
Nunca mais vais estar
E eu sinto-me tão só.
Onde estão as tuas palavras, o teu olhar, o teu carinho?
Onde estão?
Longinquamente por aí…
Perdidas entre a minha dor e a saudade…
Continuo aqui, paralisada,
Igual a mim mesma à espera do abandono impossível da solidão..
Preciso, tanto, de um abraço teu!!!

Buda Verde disse...

sempre um bom poema!!!
andei meio enrolado por isso dei uma sumida, mas foi coisa rápida.

Brain disse...

Muitas vezes,
As noites são reveladoras.

Muitas vezes,
As noites são avassaladoras,

Muitas vezes,
As noites... são simplesmente noites,
Mas nós,
Vê-mo-las de outra forma.

Domemos os nossos sentidos,
Para não sermos enganados por eles.

Impulsos: Adorei!

Beijo.

Joana disse...

lindo poema, linda música!!
um poema de ansia, a mesma ansia de viver e a mesma para esquecer
parabens!!
beijooo

Olga disse...

Gostei muito de ler o poema ao som desta música.
Beijos.

as velas ardem ate ao fim disse...

Tantas e tantas vezes...

bjinhos

Filipe disse...

Olá Cleo.
Já estava com saudades de passar por aqui para beber um pouco de inspiração para a alma. Muito trabalho antes das férias.
Passa pelo moradaterra, pois tenho lá um desafio para ti.
Bjs

Filipe disse...

Desculpa, mas não reparei que já estavas desafiada.
Bjs

Anónimo disse...

Passo a passo ... ainda que com medo , mas sem nunca fraquejar.
Beijito!

Nilson Barcelli disse...

Gostei do poema, está bem estruturado e formulado com palavras que soam bem.
Bom resto de semana, beijinhos.

Unknown disse...

Que poema lindooooo ;)


Ja tinha saudades de por aqui passar , mas fui uns dias saborear aquilo que tanto AMO ... UM POUCO DE SOL E DE MAR ;))
Beijoquinhas

Uma coisinha :(
Como se poe o youtube a abrir logo com a musica ? como tu tens no teu blog ? Das uma AJUDINHA? BIGADO

suruka disse...

Bela descrição da ansea de acordar para realizar o que tanto esperamos.

O então bela descrição de uma insónia.

SAM disse...

Tenho andado com saudades dos belos textos do Alquimista ( é natural apegar-se ao que faz bem a alma). Resolvi dar uma voltinha pelo google , guiada pela saudade a procura de algo que me tirasse desse vazio. Foi com alegria que encontrei um belo poema dedicado ao Alquimista, escrito com sensibilidade visceral, que bateu fundo no meu coração. Poema de Cleo, belíssimo, postado em 16/7/07 como dedicatória ao Alquimista em LUSO POEMAS. Daí, segui viagem até o blog "Impulsos". Retornei feliz deste passeio virtual...

Belíssimo espaço!


Fraterno abraço

Ana disse...

quando queremos uma coisa intensamente, o relógio parece demorar a passar mas de repente passa a hora certa!

O calor ataca e a preguiça instala-se por estes lados. Vou de férias mas volto qualquer dia!
Beijos

marco disse...

nao sei o que diga!
isto é tao bonito, nao sei o q diga mais...........


beijuss!