Hoje
Não estou
P'ra ninguém...

Marquei encontro com o silêncio
A tristeza veio também
Trouxe com ela a saudade
E a esperança diz
Que ainda vem...

Sentei-me na mesa farta
De apetitosas iguarias
Para tão ilustres convivas
E esperei um pouco
Até que viesse mais alguém
Mas...
O tempo passou
E não apareceu mais ninguém!

A expectativa
Irrequieta
Subiu ao alto da cadeira
Desequilibrou-se...
E caiu redonda no chão!

Levantou-se envergonhada
Recompôs-se
E sentou-se de novo
Agora mais quieta e sossegada

Quis debater a verdade dos factos
Mas não tive com quem...

Diante de mim
O meu convidado de honra
Que se manteve silencioso
Fazendo jus ao seu nome
À minha direita ficou a tristeza
[Que só soluçava]
E juntinho a ela
Ali bem ao lado
A saudade
Que não abriu boca
Só os olhos falavam...

A esperança vem de certeza
[Disse eu com convicção]
Prometeu-me que viria!
Mas não apareceu
Nem mandou quem...

O silêncio ficou mudo
A tristeza também
Distraídos que estava-mos
Cada um com seu desgosto
Nem demos conta...

Só no fim reparei
A saudade comeu tudo
A esperança já não vem!

Hoje
Não estou
P'ra ninguém...




Sou vendedora de sonhos...
Sou fada
Sou princesa
Sou a musa dos teus poemas
Ou a heroína das tuas histórias


Serei a bela adormecida
Serei a fada madrinha
Serei a branca de neve
Serei tudo o que quiseres...


Serei bonita
Ou feia
Serei jovem
Ou velha
És tu quem decides
E traças as linhas
Do meu destino
Pelas tuas próprias mãos...


Estou aqui
Só para ti
Veste-me das tuas letras
Enfeita-me das tuas jóias
E serei a mais bela desta sala
Prometo-te!...


Não cobro mais do que a ilusão
De tudo ser...
De tudo poder...


Inspirado na imagem que retirei deste meu cantinho abandonado...

O caminho é em frente...
Mesmo não sabendo a que destino me leva...
Mesmo não sabendo a que distancia fica...
Vivo na esperança de alcançar a felicidade!
Será este o caminho certo?
Não sei... vou em frente!


Faz hoje dois anos que criei este cantinho meu.
E foi com estas palavras que iniciei a caminhada que me trouxe até aqui. Este foi o meu post de estreia...



Às vezes sinto vontade de gritar bem alto aquilo que sinto, mas não sei o que sinto...
Sou como um barco à deriva num mar revolto, enrolado em vagas de ansiedade.
Houve um tempo, em que desenhava esboços de felicidade, nos espaços em branco que existiam entre os desejos e a realidade. Mas a vida foi madrasta... e esses traços, desvaneceram-se com o passar do tempo, esborratando as páginas do meu diário encantado.
Olhava-me no espelho e não me reconhecia, na imagem reflectida de uma alma triste e solitária. Sentia-me pasto de chamas de um fogo ateado na fogueira do desespero, causado pelo sentimento de impotência perante uma vida errante, jamais desejada!
Fruto de uma má escolha? Precipitação? Vontade de ser amada? Talvez uma mistura das três.
Esperava em vão, por alguém que nunca chegava...
Aceitava as desculpas e as mentiras e fazia de conta que nada se passava, voltando a página de mais um dia desperdiçado, na esperança de que o de amanhã fosse diferente. Puro engano, nada mudava!
Baixava a cabeça e arrastava-me pelos dias, invisível ao mundo que me rodeava. Era obrigada!
Por vezes, estas vezes, eram demasiadas...

Mas um dia, sem o esperar, o destino pregou-me uma partida. Ergui de novo a cabeça, sem medo ou vergonha e voltei a desenhar esboços de felicidade, nos espaços vazios que me sobram dos dias cheios, de um mundo que até então desconhecia. Encontrei motivos para acreditar que o sonho ainda comanda a vida. E não são precisas grandes palavras, para dizer o quanto se gosta de alguém, mesmo quando não está ao nosso lado. Basta sentir e fazê-lo sentir também!

E o sorriso, que apesar de tudo nunca me tinha abandonado, voltou a brilhar com mais intensidade, como no tempo de criança... onde os dias eram curtos demais para correr, saltar, rir e brincar ao sabor da inocência.