Assomou-se-me ao vidro da
janela, madrugada adentro. Trazia no rosto o pavor de uma criança
assustada e nas mãos o sangue ainda quente a escorrer-lhe em bica da
ponta dos dedos. No chão, um carreiro vermelho de pequenas pingas
anunciava em silêncio o rasto de um insólito crime que acabara de
acontecer, ali mesmo, no outro lado da esquina dobrada. Um crime, cuja
lucidez do autor o obrigara antes a se implorar aos pés de si mesmo! E
em cada palavra que escrevia, era como se uma espada o trespassasse até
ao fundo de si, definhando no verbo, morrendo-se...
Subscrever:
Mensagens (Atom)