As palavras abandonaram-me…

Deixando-me só
E no seu lugar
Apenas o vazio nu
Cru!

Que me gela por dentro
Congelando-me a alma
O pensamento
Paralisando-me o sentir...

Transformando-me assim
Em pedra...

Estátua viva
Marco da ausência
Em frente da presença
De um lugar vazio
Frio...

Há uma melodia de fundo
Vinda das teclas
De um piano fantasma
Sem dono…

Velho companheiro
De memórias passadas
De derrotas e de vitórias
Do meu e do teu silêncio...

É com ele que eu partilho
Este momento derradeiro
Este meu abandono...


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Em pausa para reflexão e descanso... voltarei!









Se eu soubesse que gostavas, escrevia-te um poema...
Despir-me-ia de preconceitos e ousaria mostrar-me nua, para deleite dos teus olhos. Procuraria as palavras certas, as mais doces e belas que encontrasse e vestir-me-ia com elas, sob a forma de um fino véu, onde sobressaísse o rendilhado dos meus sentimentos. Teria pano de sobra, onde pregaria botões de anseios e flores de desejos…

Numa fita de seda azul, bordaria um punhado de beijos, que te ofereceria à chegada e à despedida.
Se eu soubesse que gostavas, inventava uma poesia...
Esperaria que o sol se escondesse e visitar-te-ia de noite, com a cumplicidade da lua...


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Meus amigos, no dia 21 pelas 16h, esta menina irá estar na livraria Bulhosa, em Lisboa (Campo Grande), para nos dar a conhecer o seu novo livro Sinais Do Silêncio.





Ontem morri um bocadinho...
Tenho um grito mudo dentro de mim
Queria solta-lo
Mas não consigo...

[Queria ser um monstro malvado
Bem peludo e medonho
Capaz de os comer...
Borra-los de medo
Vê-los fugir à minha frente...]

Nesta linha me fico
Cuspida
Como um escarro incómodo
Que se expulsou sem pejo...

Não há perdão!

Não...

Não me vou atirar a esta linha fria
Estender-me nos carris gelados
E esperar que o comboio me trucide
Desenganem-se os que o pensaram
Não me suicidarei por despeito
Jamais
Em tempo algum...
Era o que mais faltava!

[Cá estarei para os ver...
Bater com a cabeça nas paredes
Ninguém me pode negar esse prazer
É meu por direito]

Entre um comboio
E uma estação
Há um apeadeiro sem nome
É nele que eu fico...

A minha bagagem
É pouca
Uma mala de razão...

Sou dona da indignação!

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Tenho vindo a ser ofendida por gente "anónima" em consequência de um fórum, para onde o meu nome foi arrastado ainda estou para saber como e porquê...
Acho que deveriam apurar melhor a que cleópatra se referia a pessoa que lançou o lamiré... é que devem estar enganados. De certeza que não sou eu!
Aconselho-vos pois a terem um pouco mais de cuidado antes de julgarem levianamente e erradamente quem não é!

Desafio a senhora desse tal fórum que diz conhecer-me pessoalmente, a olhar para a minha foto ali ao lado e dizer se realmente se trata da mesma pessoa a que se referem com tanta fúria de modo a que se desfaçam os mal entendidos e me deixem em paz e sossego de
uma vez por todas !!!


Amanheci desnuda de mim
Procurei no lado avesso do espelho
Mas não me encontrei...

Mergulhei os pensamentos
Na água fria que me traiu
Escaldando-me a mente...

Não me maquilhei
O rosto não era o meu
A máscara transparente serviu...

Estranhamente
Não senti fome...

Elevei-me
Sem o querer...

Do alto do tecto
Observei-me deitada
Na mesma cama em que adormeci
Será que morri?
Só então percebi...

Sem mágoa
Saí daquele quarto
Assim...
Descalça e despenteada...