Sinto...

... um cansaço tão grande...

Quero...
... mas não tenho forças.

Estou no limite...
... não aguento mais...

Preciso descansar!

Faço aqui uma pausa...

Agradeço a todos o carinho, não vos esquecendo... e prometendo voltar.

Entretanto,convido quem queira, a visitar-me aqui...

Madrugada em claro...

Lembras-te daquelas noites em claro?
Onde o tempo parecia nem existir...
Das histórias... tantas... que me faziam rir
Dos carinhos e dos beijos molhados...?
Lembras pois... claro que sim!
Mas porque terão acabado?!
Se o desejo se mantém acordado?!...
E as noites parecem não ter fim...
Talvez seja porque não estás aqui... ao meu lado!

O tempo roubou-me e fugiu

Para onde foi o tempo que ainda ontem me sobrava?
Hoje não o encontrei quando acordei...
Procurei em todos os cantos e recantos
No vão da escada que não subi
Na mala vazia da viagem sonhada...
Nas algibeiras do cansaço
No armário das roupas que já não visto
Nas prateleiras das velhas cassetes de vídeo antigas
Até na gaveta das fotografias do Verão passado...
Procurei em todo o lado
Mas nada!Não o vi!
Não o encontrei...
Roubou-me e fugiu
Levando tantas das memórias que já nem consigo recordar...

Essas palavras que não saem...

As palavras... nem sempre se sabe bem de onde vêm.
Muitas delas... vêm do fundo da alma.
Outras... do cheiro da terra molhada.
Há ainda algumas... que vêm do brilho de um olhar.
Outras... do sorriso bonito de um rosto familiar.
E outras... de um raio de sol a brilhar.
Depois há as outras...
... as que vêm do escuro da noite sem luar.
As que saem de um baú de recordações bem velhinho e empoeirado
... e nos fazem chorar de saudade.
E aquelas que ouvimos sem querer... das bocas que nos querem amaldiçoar.
Palavras malditas!
Como aquelas outras que nos vieram contar...
E tantas são as palavras ainda por soltar.
Muitas delas morrem ali mesmo...
... talvez as mais bonitas...
As que realmente deveriam ser ditas... mas que teimam em ficar.
E morrem antes de se ouvirem
Sufocadas pelo nó da garganta...!

O sonho comanda o sonho...

Neste sonho...
Perdida estou... ao pé do mar...
Se não me encontrar...
... perdida estarei no meu sonho!
Talvez um dia... noutro sonho... quem sabe!...
... me venha a encontrar!

Neste sonho... neste delevo,
em que tantas vezes me percorro
.... A medo ...

Perdida estou... ao pé do mar...
Procuro de mim o espelho e
mais perdida ficarei
Se não me encontrar...
Encontrar-me no espelho de mim!

Sim ... se me não encontrar,
se te não encontrar em mim ...
... perdida estarei no meu sonho!

E, reflectida na imagem de
uma vaga que passa, de novo
reflicto e concluo:
Talvez um dia... noutro sonho... quem sabe!...
... me venha a (re)encontrar!

Fecho os olhos e suplico ao Mar:
Mar, deixa-me agora a ponta do sonho,
para sempre e eternamente ... agarrar!

***
Poema escrito por Mel de Carvalho em resposta ao meu pensamento

A culpa...

Sentimento brutal...
.... que martiriza a alma

Vozes que ecoam na noite
Vindas de dentro...
Murmúrios que ensurdecem
O silêncio...
Gritos mudos
Que se perdem...
Garganta seca
Medo...
Frio...
Dor...
Revolta...!

Não existe nada...
... nada que possa mudar o que está feito!

Conhecer alguém aqui e ali que pensa e sente como nós, e que embora distante, está perto em espírito, eis o que faz da Terra um jardim habitado.

(Goethe)

Agradeço assim
Desta forma simples
Todos os prémios
Que a phiwuipa
Me atribuiu

Foi um meme (Ao Dias... agradeço esta mesma nomeação)
Foi o tomates
Foi "Destaque Cupido Fonte de Amor"

São prémios que nos lembram, acima de qualquer outra coisa, a amizade que existe neste mundo dos blogues!

Agradeço também à Sony o prémio blog da amizade

Momento de lucidez...

Enquanto somos nós...
Enquanto soubermos quem somos...
Vamos aproveitar o que a vida tem para nos dar.
Porque amanhã
Poderemos não saber sequer onde estamos...
O que fazemos ali...
Como nos chamamos...
O que fomos... poderá apagar-se da nossa memória.
E a vida poderá deixar de fazer sentido!...
Se esse dia vier para mim, ou para vós
É sinal de que tudo o que a vida tinha para nos dar
Chegou ao fim...
Hoje escrevo isto
Amanhã não sei se serei eu...
Não sei se algum dia vos encontrei no meu caminho...
Se vivi... se tive filhos... se fui feliz...
Porque nem sempre temos o controlo de tudo
Porque nem sempre a vontade só... basta.

Because of... Leonard...

O poeta envelheceu...
Ele sabe que sim!...

...
Os poemas que escreveu
Outros tantos que cantou
Os amores que viveu
As almas que encantou
...

"Olha para mim...
... uma ultima vez!"

"Por vezes retiram-te o mundo e varrem os restos dos desaparecidos para debaixo do tapete. E há alturas em que, por acidente, nos acercamos do chão, demasiado próximos como que em confidência, e recordamos que, algures, por aí, existe quem nos recorde as marcas que tivemos outrora e que agora só ardem de quando em vez. Por tudo isso, juntamos os molhos de fotografias usadas e que não ousámos deitar fora, os lápis de cor da infância que tanto tempo desenharam; as roupas já gastas e que não se apegam mais ao corpo, como os outros que nos cercam: por fim, tudo se junta no centro da sala exangue: exorcisam-se os olhares de desejo que nos tocaram ao de leve e , depois de tudo, olhando sôfregos pelo tapete, deparamo-nos com aquilo que já lá não está e não sabemos mais quem somos."

Sérgio Xarepe

Retalhos de mim...

No fundo, mesmo no fundo
A razão mata a vontade
E a vontade não se defende
Sucumbindo à razão
Numa morte anunciada
Mesmo antes de nascer...

Mas... de repente
A vontade se ergueu
E com a razão se debateu
Desafiando-a sem temer!

Vem…
Faz da minha vontade
A razão do meu viver
Escrevendo na simplicidade
De um poema singelo
Essa mesma vontade
Esse meu querer!...

Entre um poema e um desejo
Há um beijo que te espera

Nós?...
Somos só nós
Enlaçados em nós
Que nos prendemos
Por nós
Em nós...

E vieram as lembranças
Memórias de um tempo ido
Algures perdido
Nos recantos do tempo da infância…

Fruto esquecido
De um Amor sofrido... proibido...
No Outono da vida
Nada mais interessa
São apenas retalhos amarelecidos...

Como dói, pensar em ti
Na minha vida, não há luz
Vês?... Olha bem...
Aquela estranha ali
De olhar perdido... vazio...
Talvez já não esteja aqui!...

Momentos de alma nua
Que no corpo enrugado se esconde
Da sua eterna juventude
Mas é somente no corpo
A alma... essa será eternamente
E para sempre... jovem!

Ela tem um desejo
Uma vontade
Uma razão
Um pedido...

Te pede e suplica
“Dança comigo este Tango” !!!

Gente da terra do fado

Aqui...
Onde a terra se acaba
E o mar começa...

Aqui...
O povo tem na alma
Aquilo que consigo leva
Para longe da sua terra...

Saudade...

Aqui...
Choram-se derrotas
Celebram-se vitórias
Fazem-se e quebram-se
Promessas...

Verdade...

Aqui...
Há pobres e ricos
Há novos e velhos
Há gentes de outras terras
Distantes...

Amizade...

Aqui...
Há um povo que canta
Há um povo que chora
Há um povo que sente
Mesmo que ausente...

Aqui...
Há fado!

Ao som do silêncio...

Não faças barulho...
Não quebres a magia do momento
Não perturbes o encanto deste silêncio
Talvez não volte a acontecer
E eu não o quero perder!...
Deixa-me escutar...
Este som maravilhoso
Que me enche de paz
Que me faz planar...
Para bem longe deste lugar
Por detrás daquele muro
Onde o sonho já é o futuro!...
Fecha os olhos
Escuta tu também
Pode ser que te faça bem
Não estragues o momento...

Onde o silêncio é rei

Se é o som que escutas...

... eu não sei

Mas os meus ouvidos não mentem

E eu escuto tão bem este som

Um som que me enriquece

Um som que não se esquece
É o som do silêncio!...

Nesta espera... a derradeira...

Um dia estive lá...
No topo do meu mundo
Cercado de paredes frágeis
Onde fui dona do meu sonho...

Houve desejos...
Alguns satisfeitos
Outros que ficaram
Algures a meio...

Houve tempo de sobra...
No tempo de espera
Houve tempo de glória
Houve tempo perda
De tanto tempo
Do tempo sem hora...

Um dia estive lá...
Sentada numa cadeira
Rodeada pelos lobos...
No topo do meu mundo
Presa sem o saber
Na minha enorme cegueira...

Hoje... sou uma alma só
Que presa continua
Mas... a outra cadeira
Sem ver sol nem lua

Apenas os lobos
Não me abandonaram...

Na longa espera
A derradeira...