Na longa distancia
Que nos separa
Forçada pelos espinhos
Da circunstancia
Entretenho-me a pensar…
Será que ainda serei a tal?
Alma tão especial
Que das tristes penitências
A que te obrigaste um dia
Te veio desencaminhar…
Não sei
Nem sei se quero saber…
Pois só me interrogo
Por não te ter
Como queria ter
Mas passa logo…
Talvez não seja
Aquele grande amor
De quase morrer…
Mas é o suficiente
Pois mesmo ausente
Sinto-te sempre…
Sempre presente!
CleoRealidades e mistérios que fluem da alma...
Na velha ponte de madeira
Suspensa sobre o rio
Que corre devagar...
Ela espera...
De vez em quando caem folhas, já mortas pelo tempo, enchendo ainda mais o chão já coberto
De outras tantas iguais...
Marcou encontro em segredo, com o desconhecido da net, que a encantou e seduziu com palavras sábias e doces, de um verdadeiro poeta...
Caminhou um pouco, para matar o tempo, que se alongava nos ponteiros do relógio, para onde ela olhava de vez em quando.
E uma pergunta, surgiu de repente vinda do nada. Será que ele vem?
Uma simples dúvida que lhe assolou o pensamento e lhe acinzentou a alma!
Ela ainda nem reparou, mas o sol já se escondeu sorrateiramente, na ausência dela...
Em breve chegará a noite, que lhe trará a verdade nua e crua, que não esperava.
Mas ela ainda espera... espera...
Mas... porque será que ainda espera?!
O relógio estava certo e não esperou!
E a noite chegou!
Mais tarde, já em casa e depois de limpar as lágrimas que a raiva lhe ofereceu, o telemóvel tocou... era um sinal de mensagem. E os seus olhos leram o que não queriam ler...
Desculpa docinho, mas a minha mulher chegou mais cedo e quis que fosse com ela ao jardim, passear os miúdos... sabes como é!
Dobrei a tristeza
E arrumei-a lá bem no fundo
Mesmo ao lado
Das ilusões
Das desilusões
E das agruras da vida
Meti-as na mala
Para que não me esquecesse
Do mal que me fizeram...
Fui buscar também os sonhos
Que ainda me restavam
E arrumei-os na bolsa de fora
Para estarem mais à mão
No acaso de se virem a realizar
Mera fantasia...
Ainda havia muito espaço
Na minha mala de viagem
Por isso
Também lá meti as saudades
Que me chegaram
Com o vazio deixado
Por alguém muito querido
Só faltava a esperança
Que tinha perdido algures
Entre o sonho e a realidade
Mas que me apareceu de novo
Assim como que por magia...
Quando já não a esperava
Arrumei-a com cuidado
Para que não se amarrotasse
Juntei as promessas todas
E misturei-as com as mentiras
Que me ofereceram um dia
Meti tudo no mesmo saco
Que não meti na mala...
Deitei-o fora!
Sentada na paragem deserta
E enquanto espero pelo autocarro
Que tarda...
Faço contas à vida
Do que já passou
E do resto
Daquele que ainda me falta...
Somo tudo
E já é menos de metade!
Além das palavras...
levo comigo as tuas doces palavras, e nos meus lábios a tua alma... fico aqui... fico aquém dos meus sonhos muito além das palavras que escrevi... deixo que a alma cuide do meu sonho... e não... desta vez eu não sonhei...
......~~~~......~~~~......~~~~......
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Não
Não são minhas estas palavras...
São de uma alma que partiu
Vai para onze luas...
Levando consigo os sonhos
Para um castelo só seu
Algures além das nuvens...
Ainda hoje é lembrada
E visitada
Por quem não sabe da sua partida...
Sim
Partiu sem aviso
Muito antes do tempo!
Mas deixou marcas na alma
De quem com ela se cruzou
Neste mar de sentimentos
Com palavras sopradas ao vento
Mas que por ali permanecem
E flutuam...
Como cinzas
Numa campa aberta
Que nem o tempo
Se atreveu ainda a fechar!...
Estão aqui...
Faz com que sinta esses teus dedos hábeis
... deslizarem em torno do meu corpo carente...
Vem...
Espero por ti, já deitada...
Nesta pauta por mim inventada
... que me serve de cama...
Acordes de notas suaves, brotarão do teu toque
Envolvente será a melodia de uma sonata nocturna
Um doce prazer...
Oferta divina, de nós... a quem nos ouvir
Vem...