Porquê esta imagem agora?
Pensarão vocês...
Porque há coisas que não podem passar invisíveis aos nossos olhos.
Porque enquanto houver imagens destas a circular pelo mundo, lembrando-nos do sofrimento que a fome provoca no corpo e na alma daqueles cujos seus governantes enriquecem, em grande parte, às custas das ajudas internacionais enviadas de boa fé, mas que nunca chegam às mãos nem às bocas de quem delas necessitam.
Enquanto o poder estiver nas mãos erradas e nos chegarem notícias acompanhadas de imagens chocantes de povos esfomeados e devastados, as nossas consciências jamais poderão ficar indiferentes. Pois se esta data existe para assinalar o nascimento de Cristo, o mesmo Cristo que nos disse um dia, sermos todos irmãos...
É lá, do outro lado do mundo, mas já pensaram que também poderia ser aqui?!

Um Feliz Natal para todos!


Quebrei a promessa que fiz naquela noite, a última em que nos vimos ainda em vida e nos despedimos em silêncio só com o olhar... lembras-te?

Foram tão breves os instantes que tivemos na nossa despedida, antes que o efeito daquele veneno letal que me deste a beber do teu cálice, começasse a fazer efeito. Mas foi o tempo suficiente para que as nossas almas fizessem um pacto de fidelidade até ao infinito dos tempos, enquanto o tempo for tempo e o azul do céu continuar a espelhar-se nas águas dos mares...
Enquanto as lembranças da nossa curta existência, não forem apagadas da mente de quem de nós se lembre de tempos a tempos e que esse acto de pensar, lhes provoque um misto de choque e saudades...


Ainda tenho no pensamento todas as palavras que te queria dizer naquele momento, mas que ficaram presas na garganta, afogadas pelo nó daquela corda invisível, que me sufocava até ao limite das minhas forças, não me deixando solta-las como era da minha vontade.

Assim, partiste sem ouvir [sem quereres ouvir], o segredo que eu tanto te queria dizer ao ouvido...

Chegados aqui, a este martírio que não é céu nem inferno, arrancaram-te de mim, dos meus braços onde te tinhas aninhado naquela noite e arrastaram-te pelo chão, até que te fui vendo desaparecer cada vez mais longe e sem te poder salvar.

Hoje sei o porquê.

Foi a sentença que te foi aplicada no dia do juízo final!

Porque foste tu o culpado da nossa morte prematura... foste tu quem me convenceu a vir contigo. E tudo porque não suportavas a ideia de partir e me deixar à mercê de outros amores, que não o teu.

Hoje quebrei aquela promessa que tinha feito a mim própria, por me teres interrompido a vida que eu tanto gostava de viver.

Estou aqui... vim para te ver!
Mas não me peças para te perdoar...



Quisera eu
Um dia
Ser alguém...

Não pela vaidade
Mas pelo desafio
Pela conquista
De um lugar
Tão meu
Dentro do meu querer

Um capricho?
Sim
Talvez...
Porque não?!

Afinal
Não seria ninguém
Se não tentasse!

Talvez nem seja ninguém
Aos olhos daqueles
Que me desprezam
Que me invejam
E desdenham
Que se riem baixinho nas minhas costas
[que eu bem sei...]
Mas sinto-me bem
Porque acreditei
Porque desafiei
E ousei
Entrar num mundo
Que não era o meu...

Um mundo delirante
Onde as palavras
São as armas
E os guerreiros
São os poetas
Que as empunham
Com orgulho

Quando delas se vestem
Travando batalhas
Com as suas próprias vontades
Ou tão somente
Deixando que os sentimentos
As expulsem
Da alma
Por necessidade

Por não conseguirem
Conte-las mais...

Eles sim
São poetas de verdade!

Os tais que as escrevem
E as embelezam
Com aquele toque de magia
Com que tão sabiamente
Nos ludibriam
Quando nos mostram
Belos e maravilhosos escritos
Na linguagem dos deuses
É poesia
Não duvidem!

Ah! Como eu gostaria
De assim escrever um dia
Mas não me iludo!

Não serei como eles
Bem sei
[vou escrevendo
o que me vai saindo
aos poucos
e humildemente
quase a medo
lhes vou chamando de... poemas]

Assim como também sei
Qual é o meu lugar
[tão pequenino
naquele cantinho escurecido
ali ao fundo]
Quase despercebido
Mas...

Quisera eu
Um dia
Ser alguém
Também...

Pelo sabor
Que cada pequena vitória
Tem!

Quisera eu...
Mas a que preço?

O que eu não sabia
Era o peso
Que este mundo tem!

Soubera eu...




Inquietações da alma
Que não suporta o vazio
De um lugar frio...

Que não esquece
Que não quer esquecer
O que em tempos foi riso
Vida
Alegria
E que hoje...
...é apenas uma sombra
Que deambula nos escombros
De uma casa vazia
Tão fria...!

Por isso chora
E lambe o sal
Que lhe escorre da face
Em silêncio...

E prefere sentir
O frio lancinante
Do vazio
Que lhe trespassa o corpo
Com o gume
De uma espada
Afiada
Com que se vai alimentando...

Ao nada
Que a deixasse morrer
De fome
Por nada mais
... sentir!


Convidamos todos os luso-poetas a estarem presentes no III encontro do Luso-Poemas a realizar no próximo dia 13 de Dezembro, em Lisboa.
Pretende-se, mais uma vez, passar do virtual ao real, permitindo que as pessoas por detrás dos avatares se conheçam. Quem já participou nos encontros anteriores sabe o quão gratificante pode ser. E sabe o quanto nos divertimos.
Este encontro reveste-se duma roupagem especial. Sob a chancela da Edium Editores será lançado o livro “Antologia Luso-Poemas 2008”, uma compilação de diversos textos de vários autores que publicam no nosso site.

Lista de Poetas da Antologia da Luso-poemas 2008




Convidamos, por isso, todos os utilizadores e seus acompanhantes a participarem no III encontro do Luso-poemas, onde terá lugar o lançamento desta antologia

Vejam mais informações em

http://www.luso-poemas.net/modules/sm ... ction/item.php?itemid=371

Informações adicionais
Dia
13 Dezembro 2008

Local
Campo Grande nº 56 em Lisboa

Como chegar
Autocarros – 36, 21, 45, 38
Metro/Comboio – Estação de Entrecampos

Mapa
http://codigopostal.ciberforma.pt//codigo_postal.asp?n=109684

Programa

11h30 – Recepção
12h30 – Almoço
15h – Apresentação da Antologia
17h – Porto de honra
20h – Jantar (sítio a escolher em Lisboa, no próprio dia, sem compromissos)

Inscrevam-se através de PM para o utilizador Luso-poemas

 
Mergulho no Mar da Poesia, é o nome do livro que esta menina, de seu nome, Carla Costeira nos irá dar a conhecer dentro de poucos dias.
O livro será apresentado pelo escritor Paulo Afonso Ramos, no próximo dia 12 de Dezembro, Sexta-feira, pelas 21:30 horas no Auditório do Campo Grande, n.º 56, Lisboa. A autora conta com a presença de quem lhe quiser dar esse prazer!




Já se passaram vários dias
Desde o último
Em que por aqui
Fui vista...


Sei que ainda me esperas
Na curva dos dias curtos

Na orla do tempo
Onde o sol desaparece
E o frio se acentua


Não desistes
Insistes!
E resistes
Na tua espera
Porque tu sabes que eu volto...

É verdade
Volto sempre...

... na volta
De um instante qualquer
Entre um ontem
E um amanhã...

Bem sei que não te conheço
Mas hoje sou eu quem te espera
Desafiando o desconhecido

Ousando pisar ao de leve
Os calos do teu desejo
Espicaçando-te a vontade
Que permanece
Que ainda espera...
E onde quase desespera.

Talvez mais logo
Me encontres
No desassossego
Da tua espera...


... sentada nas brumas da madrugada
Entre as margens de um rio
[por onde correm selvagens e livres,
as minhas singelas palavras]...

Não te conheço
Não me conheces
[mesmo pensando que sim
... quando de mim te apoderas, e me fazes tua...
com esses teus olhos gulosos,
que me penetram até à alma
e me devoram a medula dos poemas...]


Amigos,
No próximo dia 23 de Novembro, às 15 horas, no Auditório do Museu do Vinho da Bairrada em Anadia vai ser o lançamento do primeiro livro da minha grande amiga Vanda Paz, "Brisas do Mar", editado pela Edium Editores.

O prefácio é de António Paiva e o escritor irá também apresentar a obra.

A belíssima capa foi desenhada e pintada por Helena Paz, mãe da autora.
Para todos que queiram partilhar estes momentos mágicos, ficam aqui duas datas a marcar na agenda:


Pré - Lançamento
Dia 21 de Novembro
Escola Superior Agrária de Santarém em Santarém
Às 21 horas no Auditório da Escola


Lançamento
Dia 23 de Novembro
Museu do Vinho da Bairrada em Anadia
Às 15 horas no Auditório do Museu


Tenho um lago de palavras desordenadas, bem no meio do meu jardim secreto, escondido no lado oculto da minha mente, que ninguém conhece a não ser eu. São palavras de todos os tamanhos, de todas as cores e feitios. Algumas são tão leves, que se esgueiram pelo meio das outras,  emergindo num bailado borbulhante de letras...
Outras, são mais pesadas e mantêm-se no fundo, presas ao chumbo cinzento que as reveste.  Há ainda aquelas, que não sendo leves nem pesadas, formam uma massa uniforme que se passeia pacientemente em pequenos círculos fechados e submersos.
Há palavras, que, de tão belas, são as que mais brilham no meio de todas, provocando olhares de inveja nas outras, pois seriam sempre as primeiras a ser escolhidas, para adornar um qualquer poema de amor, que algum poeta apaixonado pela sua musa inspiradora se lembrasse de escrever.
Há outras, que de tão feias serem, pouca gente lhes dá importância, rejeitando-as desde sempre. São usadas na voz da noite vadia, vomitadas pelas bocas podres dos que pernoitam a margem das linhas rectas da vida, em calões e gírias que só eles entendem...
Tenho tantos lugares ainda desertos, nas linhas imaginárias do meu caderno amarelo de poemas, que vou escrevendo em segredo. Espero só pelo momento certo...
Mas hoje não! Hoje não vou escrever nada...



Há um rosto vazio
Escondido
Por detrás dessa máscara
Que usas
Com vaidade...
E por momentos
Breves instantes que sejam
Iludes quem passa
Iludes-te...

Inventaste um mundo
Fantástico
Misterioso... hipócrita!
Onde tu não és tu
Mas o outro...
Aquele que está preso
Dentro de ti
E que só vês
Do outro lado do espelho...

Escondes o teu sorriso
Cínico...
O brilho dos teus olhos
Chispados de raiva
E mantens a farsa
Rilhando os dentes
... até doer!
Mostrando-te um génio
Intocável
Sensível
Com sentimentos profundos
Ainda que roubados
A corações incautos...
E atinges um orgasmo
Solitário...
Num acto de prazer
... mórbido!

Apesar dos pesares
Admiro-te!
Admito...


Eco de um choro...


Tristemente belo
É assim que te leio
É assim que te sinto
Mergulhado no teu mundo
Onde o negro da noite
É o teu refúgio
Onde o silêncio
Te habita
E se te entranha na pele

Essas sombras que deambulam
Pelos recantos do teu sentir
São os seres horrendos
Impiedosos
Que te impelem a escrever
E tu
Cego de amor...
Segues os seus conselhos
Pisando o tempo
Chorando palavras
Ensanguentadas de dor

Escrevendo...
Para não morrer!

Este singelo, mas sentido poema, foi inspirado aqui...




O lusco fusco era a hora perfeita. Desliguei o botão do aparelho que me obrigava a permanecer no mundo real e voltei ao meu lugar secreto, para onde fujo sempre que posso, levada pelo embalo dos meus pensamentos...
A lua já tinha subido meio palmo no horizonte, desde a sua silenciosa chegada. Ali estava ela, imponente e divina! A deusa daquele céu imenso, de tom alaranjado, agora ainda mais belo, à medida que a lua o ia banhando de prata.
Aproximei-me vagarosamente da janela do tempo e debrucei-me sob o parapeito das minhas lembranças, que, manhosamente, me levaram para um lugar tão distante dali...
Revisitei-me numa outra vida, vivida em segredo e há muito tempo. Secretamente guardada num baú invisível, qual tesouro pirata que só eu sei onde está.
Ali fui até rainha! A rainha de um reinado estranho e misterioso. Só meu!
Nesse reino onde havia também um escravo... um servo que, quando queria , sabia ser dedicado, ao ponto de me fazer sentir especial sem o ser... a cumplicidade era o nosso reino cheio de regras impostas pelo meu sentimento. Ainda sinto o perfume do pecado no ar... o sabor adocicado do proibido... onde a loucura tomava as rédeas da envolvente sedução, desbravando os caminhos que nos levavam até aos limites do irracional...
Mas houve um dia, que o orgulho falou mais alto e compreendi o quanto ele pode ser severo e cruel, desencadeado por um outro sentimento, que eu sabia existir em mim, mas não nele. Pois ardi muitas vezes, nas labaredas do ciúme, que me consumiam a alma até mais não poder. Sofri tudo isso em silêncio, sem nunca mostrar um só sinal de sofrimento, transformando as chagas em sorrisos. Talvez para que não acordasse a vontade do abandono, que eu não queria, mas sabia estar latente e pacientemente à espera de uma oportunidade. Achava-me forte!
Mas há sempre um fim para tudo. E o dia do fim daquele meu reinado, tinha finalmente chegado pela noitinha .Naquele dia soltei as amarras que me prendiam a algo que no fundo eu sabia ser uma ilusão.Fiquei livre, mais leve e muito mais solta. Aprendi uma grande lição, não se pode querer o que não nos serve!
Aprendi aos poucos a ter confiança em mim.Aprendi a ser EU!
Não tenho saudades, mas foi para lá que o meu pensamento me levou hoje.
Já de regresso ao mundo real, retomo as tarefas banais de mais um fim de dia, tão igual ao de ontem, tão igual ao de amanhã... até que chegue aquela hora mágica, que me levará de novo ao cais dos meus pensamentos.Num outro lugar, num outro tempo...




A noite desceu
Sob o horizonte
Dos meus sonhos...

Caiu uma bomba
Vinda dos céus
Há mortos espalhados
Por todo o lado!

Não sei onde estou
Não tenho para onde ir
Escureceu tudo à minha volta...

Onde estará a minha mãe
Que não me vem buscar?

Grito...
Mas ninguém me ouve
Nem o meu pai
Nem os meus irmãos
Onde estão os meus amiguinhos?
Terão eles morrido também?

Não...
Não pode ser!

Estou aqui
Sozinha
No fundo deste abismo
Num vale sombrio
Sem árvores
Sem pássaros
Sem chão...
Tenho medo!

Nada se move
À minha volta
Sinto um cheiro forte
Nauseabundo
A carne queimada

Grito de novo
Ninguém me ouve
Ninguém me procurou ainda
Ninguém deu pela minha falta...

Estou só
No vale da morte
Sou orfã de mim mesmo!...



Dia 08/11/2008, 16H, Salão Nobre do Paço do Sobralinho (A1, entre Alverca e Vila Franca de Xira), "No Princípio era o Sol" (Poesia)

Mais um livro da minha querida amiga Mel de Carvalho (a quem dediquei este post), dona e senhora das palavras, e por quem tenho uma grande admiração. Entretanto e se quiserem, podem ver aqui alguns dos seus trabalhos em prosa e aqui, em poesia.


Amanheceste no meu pensamento
E por um breve momento
Olhaste-me e sorriste-me
Como se me quisesses dizer algo bonito
Apenas com o olhar...

Vesti-me de ti
Com as lembranças que ficaram
Guardadas nas tuas gavetas
Que não esvaziei nunca

Conversei contigo
Em monólogo
Sobre coisas pequenas
Coisas nossas
Que só eu e tu entendemos

Depois
Peguei-te ao de leve na mão
E levei-te até lá fora
Ao nosso jardim
Para que as visses...
Como estavam lindas as rosas
Aquelas que tu plantaste
Um mês antes de partires...

Sentei-me no nosso banco de verga
Debaixo do nosso alpendre
Deitaste a tua cabeça no meu colo
E ali
No nosso refúgio de sonhos
Que construí para ti
Finalmente dei-me conta
Da tua presença ausente
Que me enlouqueceu a mente
E me faz procurar-te até no pó
E encontrar-te apenas
Nas saudades que tenho de ti...!



No próximo dia 4 de Outubro, vai ser lançada a colectânea “Arte pela Escrita - Colectânea de prosa e poesia”, uma obra que faz a compilação de textos de 37 autores que por norma se encontram no café virtual do EscritArtes, e onde figurará um poema escrito por mim.
São 37autores, no total, oriundos do Minho ao Algarve, passando pelas regiões autónomas e pelo Brasil. Uma montra do que, em prosa e poesia, se vai fazendo em língua portuguesa.
O lançamento acontece no dia 4 de Outubro, pelas 14h30 no Clube Literário do Porto.Se puder e quiser participar, não falte!


Pressinto-te aí
Do outro lado
Atento
Ao vazio do que escrevo...
Não te vejo
Não te escuto
Pressinto-te apenas...

Ofereces-me respostas mudas
Às perguntas que não te faço
Mas que se lêem
Algures
Nas páginas em branco
De um livro já gasto
Acorrentado à ilusão
Neste universo de letras...

Sigo-te os passos
Cansados
No rasto que me deixas
Das palavras intemporais
Poderosas
Sou aprendiz de poeta
Sequiosa
Do teu sabor do saber...
Bebo pequenos goles
Que me chegam à boca
E me escorrem pelo sentir
Desse mesmo prazer
Enquanto sigo
A caminho de nenhures...

Pressinto-te
Em ecos surdos
Que me ensurdecem a mente
Espalharam-se e cravaram-se
Como pregos
Sem cabeça
Neste muro de silêncios
Que nos aproxima
E nos afasta...


É na escuridão da noite
À boleia do silêncio
Que me faço ao caminho...

Percorro os becos escuros
As vielas estreitas
Das minhas incertezas
Procuro-me...

Não anseio riquezas
Nem vaidades
Sou feliz
Com a minha simplicidade
Basta-me a paz e a serenidade...

Ouço passos
Escondo-me
Por detrás do meu próprio silêncio
Não me quero mostrar...
Cansam-me os ideais dos outros
As banalidades
As futilidades
Os sorrisos forçados
As grandezas encapotadas
De gente pedante e frustrada!

Permaneço calada
E assisto de longe
Ao decadente espectáculo
Das vidas engalanadas
Enganadas...
Basta apenas um só minuto
E tudo desaba!

De volta ao meu mundo
E à escuridão da minha noite
Silenciosamente
Avisto-me ao longe
Na esquina do futuro
Estou ali parada
Pareço indecisa
Balançando
Entre o ir
... e o ficar...

****************


No próximo dia 27 de Setembro, pelas 15 horas, no Auditório da Câmara Municipal da Amadora, Paulo Afonso Ramos vai lançar o seu livro "Mínimos Instantes", com belas prosas poéticas, que certamente a todos seduzirá.






De regresso ao presente
Trago comigo um saco
Cheio de velhas memórias
Que fui buscar ao passado

Coisas minhas
Que mais ninguém viu... só eu!

Sonhos de criança
Desejos de adolescente
Emoções antigas
Ilusões...

Pequenos retalhos
De outras vidas
Que ficaram suspensas no tempo...

Encontrei-as por acaso
Espalhadas pela velha casa
Na sala
Nos quartos
No vão da escada
Estavam em todo o lado...

Algumas estavam bem à vista
Bastou fechar os olhos
E toca-las
Com o sentimento da saudade...

Outras
Estavam escondidas
Num velho baú pintado de verde
Em cima do guarda-fatos
[Já não estava fechado à chave como antigamente...]
Abri-o e vasculhei-o!
Eram fotografias
Algumas já quase apagadas
Pela borracha implacável
Do tempo

Velhos retratos
De gente que me sorria
Mas que eu não reconheci
[Talvez tivessem ficado felizes por me verem ali]
Fantasmas imortalizados
De outras memórias
Que não lhes sobreviveram...

Perdi-me e encontrei-me
No meio de todas aquelas relíquias
Naquela viagem ao passado
Numa pequena foto a preto e branco
Uma menina de expressão meiga
Teria uns cinco anos
Nem me sabia ali...
Nunca ninguém me tinha dito

Fechei o baú
E arrumei-o no sítio onde estava
Mas antes esvaziei-o
Trouxe tudo comigo
Em pensamento...


******

Obrigado Luso-Poemas!



A vida é feita de muitas coisas... Coisas simples e pequenas ou grandes e complicadas, com que nos vamos deparando ao longo dos caminhos que escolhemos e que vamos desbravando a cada novo dia que nasce. Umas vezes tropeçando e caindo, espalhando-nos ao comprido... outras, seguindo em frente, sem dar tréguas ao equilíbrio, aguentando até as maiores tempestades, usando uma força vinda das profundezas do nosso ser, até então desconhecida... avançamos então, mais confiantes e sem medo, descobrindo-nos a nós mesmos. E assim nos vamos passeando pela vida ao sabor do destino, enfrentando todos os obstáculos que nos vão aparecendo pelo caminho que escolhemos naquela encruzilhada sem placas... colhendo os frutos doces ou amargos, vivendo ou sobrevivendo, umas vezes sabendo o terreno que pisamos, outras vezes deixando-nos apanhar pelas areias movediças que se escondem por baixo da folhagem solta. O destino... somos nós que o fazemos em parte, muitas vezes, ousando até, desafiar os nossos limites! Ou então... deixando-nos desfalecer, sem mais forças que cheguem para vencer... rendidos ao cansaço. Está em cada um de nós, saber escolher os caminhos certos, que farão a diferença entre os vários destinos que nos espreitam e nos esperam nas encruzilhadas. Eu, tive a felicidade de ter encontrado o caminho certo, que espero, me leve sem mais sobressaltos, como aconteceu no passado. E porque me sinto tranquila e feliz, quero partilhar com todos vós, um pouquinho mais de mim. Porquê?



**********************************

Meus amigos, sei que estou em falta com a maioria de vós, mas de momento não me é possível retribuir todo o carinho que me têm demonstrado através das vossas mensagens na caixinha dos comentários. Assim que tiver um pouquinho mais de disponibilidade, visitar-vos-hei com muito prazer. Acho que vos devia esta atenção...





É uma fada em corpo de mulher
Uma menina doce
Que tem até, mel no seu nome...
Sabe brincar com as palavras
De todas as formas reais, possíveis e impossíveis
E até imaginárias…
Como nunca o vi em ninguém!
Usa um vestido lindo
Feito por si
Tricotado com o linho da humildade
Quando diz não ser poeta
Mas apenas e só
… sua aprendiz!
Assim… sem vaidades
Sem falsas modéstias
Fala das suas vidas passadas
(Acredita que teve várias...)
Com a mesma intensidade
Como se estivesse ainda dentro delas!
Fala das suas dores, que lhe arrancam até as entranhas...
Das desilusões
De amores e desamores…
Dos caminhos que trilhou, por atalhos entre silvados, em bosques sombrios...
Mas fala também do mar
Do seu maravilhoso e indizível mar...
Por quem um dia se apaixonou
E foi num desses momentos a ele dedicados
Em que, tão embevecida, o admirava
Entre uma e outra onda
Da sua espuma branca, se soltou um presente
Que o seu amado lhe oferecia…
Correu à beira da água e apanhou algo da areia molhada
Era algo pequeno mas tão precioso
Que lhe abriria a porta grande, por onde haveria de entrar, triunfante…
Mas afinal que presente misterioso seria aquele?
Era tão somente
… a chave do Amor!
Certa vez, quis o destino
Que os nossos caminhos se cruzassem
Para que eu pudesse sentir
Todo o seu carinho
E verdadeira amizade
Vindo lá do fundo
Da sua alma grande e imensamente generosa
Podem até, passarem-se séculos ou milénios
O que for...
Mas nunca mais, nos haveremos de perder uma da outra
Duas almas gémeas, (tão iguais e tão diferentes...)
Muito menos... esquecer!



Dedicado a uma pessoa por quem tenho um grande carinho e uma enorme admiração

Mel de Carvalho


Meus amigos, volto em Setembro!