Cravaram-me uma estaca
Na alma!...
Apoderaram-se do meu tesouro
E deixaram-me prostrada
Num chão
Nojento e pegajoso
Pejado de mentiras esventradas
E de odor pestilento
E são às dezenas os sorrisos...
Cínicos!
Que na pressa da retirada
Lhes caíram do rosto
E se espalharam no meio da podridão
Pobres criaturas sem palavra
Que de tão miseráveis que são
Atraiçoam quem lhes deu o pão
Nos dias mais negros
Da fome apertada
E salvaram quem nada lhes deu
A não ser a ilusão
Daquilo que não passa
De um redondo nada...
Mataram
E fugiram todos
Montados na mula da cobardia
Salvou-se um estranho silêncio
Que paira num ar irrespirável
Morri sozinha
Sem glória alguma
Com a dor da desilusão
Não mais voltarei
A pisar o chão que me viu morrer!...
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