Algures, entre a alvorada e o ocaso de todas as vidas, existe um misterioso jardim abandonado cujo portão enferrujado não carece de chave, visto que se encontra meio aberto e meio fechado. Em todo o caso, a chave mesmo ao lado, pendurada no prego dobrado. Lá dentro, a teimosia das roseiras bravas a travar silenciosas batalhas com o desgrenhado das ervas para espanto dos picos das silvas esfomeadas a tomarem conta das lápides resignadas... E eu, do lado de fora espreito enquanto decido, se entro ou se fico.
Talvez mais tarde - por ora estou só de passagem - ainda é tempo de saborear a viagem nesta estranha carruagem de um louco e atormentado comboio sem destino.

3 impulsos:

Daniel Aladiah disse...

Sempre lindo... Lurdes.
Beijo
Daniel

Daniel Aladiah disse...

Querida Cleo
De passagem, olhando a chave enferrujada...
Beijo
Daniel

Daniel Costa disse...

Destinos, podem nascer de vontades.
Abraços Cleo