Há olhares enigmáticos
Que nos penetram até à alma
Desnudando-nos de segredos...

Falam-nos das cores
Dos cheiros
E dos sabores
Dos desejos...

Falam-nos dos risos
E dos choros
Dos sentimentos
E dos voos dos sonhos...

Depois
Vestidos de candura
E embevecidos de serenidade
Talvez cegos p'lo encantamento
Do efémero momento que foi
O da paixão
Ainda vagueiam
P'los recantos do pensamento
Reavivando memórias antigas...

E aí
Completamente perdidos
Da sua própria razão
Por se fecharem à luz
Que lhes encandeou a realidade
Ainda nos falam sem mágoas
De cumplicidades...

Há olhos que nos gritam
Tantos
Tantos silêncios...
Que nos ensurdecem
Por completo!

14 impulsos:

Paula Raposo disse...

Concordo! A questão é não ensurdecer. Muitos beijos.

Anónimo disse...

Cleo,

A fascinação da tua escrita é enorme.

Olhares que nos afrontam e que nos deixam por vezes perdidos.

Mas existem os outros que nos saboreiam os sentidos.

bjs
Eduarda

A. Pedro Ribeiro disse...

Olá Cleo, finalmente te reencontro. Parabéns pelo livro e pela escrita.

Beijos,
Pedro.

JuvePP disse...

Olá,
O olhar é o espelho da alma. Não mentem não atraiçoam. Tal como o silêncio das palavras. A mestria está em saber interpretar os sinais.
Beijinhos, fica bem.

Vício disse...

há olhares que, por um dia as palavras terem perdido o sentido, tentam falar sem ter ninguém que os ouça...

Nuno G. disse...

grande e sublime é a tua poesia

(www.minha-gaveta.blogspot.com)

Gasolina disse...

Querida L.,

lá na Árvore, Lemniscata com que te distingo.


Um beijo


PS.: Continuas em grande. É sempre bom ler-te.

João Videira Santos disse...

"Há olhos que nos gritam
Tantos
Tantos silêncios...
Que nos ensurdecem
Por completo!" - ...se os silêncios fossem vozes desses gritos, imagino o que diriam...

(Gosto do final. Tenho um poema muito idêntico)

Maria Manuel Gonzaga disse...

olhares que matam.


que reanimam o que se pensava ido.

Gasolina disse...

Obrigado.

Pela generosidade do teu verbo e pela genuidade dos sentires desenhados na folha.

Eu sei do teu olhar, dos teus silêncios, dos teus gritos - a tua Poesia ensinou-mos.


Um beijo, abraço apertado

Secreta disse...

Há olhares que tudo nos dão e outros que tudo nos tiram!
Beijito.

Martim disse...

e um olhar diz tudo...

Pormenor disse...

'Fscina-me' esta forma de poesia, com frases curtas e sentidas. Torna a expressão mais natural.
Gostei tambem especialmente da ultima estrofe, porque a escrita é assim: são frases silenciadas transcritas no papel.

Continuarei a acompanhar o seu blog.

Cumprimentos

Pormenor disse...

(Bom, penso que o comentário falhou mas retipo-o)
Quanto à poesia, gosto muito deste genero... Com versos curtos e sentidos.
Gostei tambem da ultima estrofe porque um poeta é assim: narrador de frases silenciadas.

Continuarei a acompanhar o seu blog.

Cumprimentos