Ser especial
É ser a luz dos olhos de alguém...
É ter um brilho luminoso
Capaz de provocar o sorriso de alguém...
Ser especial
É fazer com que alguém se sinta um tolo
Perante a simplicidade
Despida de adornos
Que veste a alma de alguém...
Ser especial
É sentir a empatia
Como ninguém...
Ser especial
É ser natural
Sendo especial...
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Ausente por uns dias...
Prometendo voltar!
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As marcas de um sorriso perdido...
Saíste de casa apressada
E nem deste pela sua falta...
Puseste o pé na rua
Ainda no escuro do dia...
A calçada estava molhada
Escorregadia...
Correste para o autocarro
Apinhado de gente de olhar vago...
Com um miúdo no colo
E outro pela mão
Agarraste-te ao varão
Não havia lugar...
Nem sei como te foste lembrar dele
Já tarde e sem tempo a perder!...
É...
O despertador tocou sem dó
Obrigando-te a saltar da cama
Foi logo ali
No recomeço da rotina
Esqueceste-te dele
E deves tê-lo deixado cair
Talvez na cama...
No quarto
Na cozinha
Ou na sala...
Quando chegaste à noite
Bem que o procuraste em todo o lado
Mas do teu sorriso
Nem um pequeno esboço encontraste!...
Quando foi mesmo que deste pela sua falta?
Terá sido hoje de manhã
Ou será que foi na semana passada?!
Ou na outra mais atrasada...
Quando foi a última vez que o usaste?
Não te lembras
Perdeste o sorriso... e nem deste por isso...
De tão atarefada que estavas
No trabalho
No supermercado
Na lida da casa...
A vida levou-te o sorriso
Sem aviso...
E tu... sem te aperceberes de nada!
Hoje apeteceu-me falar de magia...
Hoje apeteceu-me deixar-te umas palavras...

Esquecer...
Hoje não penso em ti, quero escapar das malhas deste Amor que me faz sofrer, quero navegar por mares mais calmos, menos tortuosos, quero perder-me à deriva de momentos que sonhei e onde tu não pertences, não quero ouvir a tua voz, oiço o mar de sonhos que me leva nas suas ondas de Paz, para um mundo muito longe daqui, fora deste Universo que se virou contra mim, as palavras que te escrevo não são as mesmas que lês, levo as cartas, onde se escondem as palavras que nunca te escrevi, não vale a pena sonhar mais, apenas quero partir.
Texto retirado daquiSerão desejos roubados?
No castelo dos meus sonhos
Não se vêem...
Estão escondidas na torre
Virada para sul...
Naquela que fica
Mesmo ao lado daquela outra
A da fantasia...
Sentinelas armadas
Fazem turnos
Tomam conta...
Escondem desejos
Desejos aprisionados
Condenados...
Na prisão da consciência
Ainda não sei o porquê
De tamanha penitência
Para tão leves pecados...
Rejeito a culpa
Não a quero
Nem me serviria de nada...
(Des)encontro...
Há tanto tempo que não te vejo...
Tenho saudades tuas!...
Vê-mo-nos hoje?
Hum... hoje não vai dar...
Então e amanhã?
Deixa cá ver...
Amanhã também será difícil...
No fim de semana sabes bem que não posso!
Talvez então para a semana...
Que dia?
Escolhe tu.
Já sabes que Segunda tenho uma consulta
E na terça é o dia dos anos da minha irmã...
E que tal na Quarta?
Quarta parece-me que será um bom dia!
Então espero-te na Quarta para o jantar!
Traz o vinho...
Tinta incolor ...

Já tantos escreveram sobre o amor
Que as palavras se desgastaram
E já não servem para mim...
Resta-me o desejo
De num simples e singelo escrito
Dizer-te o que se diz
Num belo poema de amor
E das palavras brotaram
Rios de sentimento
Que escrevo no pensamento
Com aquela tinta incolor
Que se extrai
Da saliva de um beijo
E dura um tempo sem fim...
Apenas um resquício de uma lembrança...
Que fizeram a nossa história
Já quase esqueci a maior parte
Foram tristes...
Fizeram-me mal!
Há muito que não falava disto...
Tranquei-os para sempre
Nas masmorras do esquecimento
Deve ser por isso
Que me falha tanto a memória...
Mas hoje
Ao ouvir esta música
Um resquício de um desses momentos
Um dos bons...
Não pediu licença para entrar
E invadiu o salão do meu pensamento...
As marcas do tempo

Feitas a contra gosto...
Em cada ano...
Um traço novo!
Qual mapa precioso
Que guarda um tesouro...
Desgastei-me aos poucos
No longo caminho da vida
Que me fugia...
Que corria sempre
Dois passos à frente!
E sorria...
E eu... envelhecia...
Não há reviravolta
Nem contravolta
Nem tampouco revolta
Sou o tempo sem volta!...
Tem cuidado com a tua beleza...
Em liberdade
A caminho do paraíso
Aquele que lhe foi prometido...
Fez dezoito anos na semana passada!
É dona e senhora
De toda a sua beleza
Voa princesa
Voa...
Mas vai com cuidado
Não vá a vaidade
Pregar-te uma partida
E acabares numa qualquer esquina
À toa...
Vendida vezes sem conta
Por qualquer dinheiro
Às mãos de um trolha
De um cangalheiro
Ou de um camionista
Quem sabe!...
Mais tarde
Já muito depois da hora...
Amarrotada como uma folha
E deitada fora
Como um qualquer lixo...
Sentada num banco livre
Daquela avenida
Talvez chores
Arrependida
E te aches mesmo um lixo...
Um lixo bonito!