Plumas negras...


Furiosos são os vulcões
Que se erguem do meio da terra
Impiedosos são os homens
Que se matam a si próprios
Usando as armas de uma guerra
Sem motivos...
Países que ardem sem parar
Atentados que matam às dezenas
Tornados que espalham a destruição
E a fome...
Loucos que disparam a matar
Chuvas de pedra que destroem colheitas
Angústia que consome...
Rostos espelhados de desilusão
Choros sentidos!

Plumas negras esvoaçam pelos ares...

Prazeres indescritíveis...

Subi ao altar das emoções
Contemplei o verde salpicado de branco
Percorri os montes da nostalgia




Embrenhei-me nos caminhos que julguei perdidos
E me levaram ao coração de uma outra vida
De um outro tempo...

Reencontrei rostos conhecidos
Sequiosos da mesma água
Que ali nos levou
naquela tarde...

Por fim...
... descansei no vale das minhas lembranças
Deste quadro que a memória não esqueceu!


Chegou o dia!

Deixo-vos com uma música fantástica!
Espero que gostem tanto quanto eu!...

Quanto a mim...
Vou por aí... sem destino...

Já o merecia!

Tenho bilhete de ida!

Levo na mala a vontade
E na alma...
A expectativa!...

As minhas tão merecidas férias
Chegaram!



O mesmo lugar... uma noite como as outras...


A noite avançava sem pressa
No meio de um calor infernal
Quase sufocante
Que emanava das paredes
Da velha casa de pedra...

Valeu-lhe o leque
Que por ela aguardava
Pacientemente
Lá no fundo daquela gaveta
Empenada...

Era uma noite quente de Julho
Como qualquer outra noite
De outros Julhos passados

Tudo permanecia igual...

Menos a companhia
Que a abandonara
Antes do Julho chegar...

Sonhos...


De que ilusões se fazem os sonhos?
Não, não falo dos que sonhamos acordados...
Falo dos outros
Os que nos povoam o imaginário
Enquanto o corpo se rende ao cansaço
E o cérebro se passeia livre
Ao sabor dos pensamentos gravados
E dos acontecimentos já passados...
E nos colocam em cena
Num plano irreal
De um filme bizarro
Sem nexo...
Como marionetas
Somos bonecos que se movem
Num mundo estranho
Emaranhado...
Amálgama de imagens irreais
Enganos do cérebro sem controlo?
Talvez sejam apenas sinais
De vivências surreais
Ou factos da vida... inacabada...