Trago ausências de marços, onde andorinhas nos beirais anunciam primaveras que já foram. Trago saudades dos meus a pingarem-me dos olhos, a fazerem-me tirar o lenço do bolso para as enxugar num breve fungar. Trago lembranças antigas, escritas no vagar do tempo e que vou folheando nas horas vagas. Retratos de ontem onde também estou mas sem me ver. Tanta gente que já aqui não mora. Tanta vida, a maior parte já esquecida. É estranho. Não consigo explicar...
Trago anos de solidão a agrilhoarem-me sem perdão.
Trago rugas na pele que me desfiguram o rosto liso de outrora. Que me denunciam a existência espinhosa. Fixo-me na distância de uma vida, até onde o olhar pode alcançar. De que me poderá valer? De nada!
Desisto, visto que se me embaciam os olhos e aos outros pouco ou nada importa.
Trago noites nas bainhas dos dias, onde sombras por desvendar... talvez almas dos mortos que fui velar, a chamarem-me.


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Trago ausências de marços, onde andorinhas nos beirais anunciam primaveras que já foram. Trago saudades dos meus a pingarem-me dos olhos, a fazerem-me tirar o lenço do bolso para as enxugar num breve fungar. Trago lembranças antigas, escritas no vagar do tempo e que vou folheando nas horas vagas. Retratos de ontem onde também estou mas sem me ver. Tanta gente que já aqui não mora. Tanta vida, a maior parte já esquecida. É estranho. Não consigo explicar...
Trago anos de solidão a agrilhoarem-me sem perdão.
Trago rugas na pele que me desfiguram o rosto liso de outrora. Que me denunciam a existência espinhosa. Fixo-me na distância de uma vida, até onde o olhar pode alcançar. De que me poderá valer? De nada!
Desisto, visto que se me embaciam os olhos e aos outros pouco ou nada importa.
Trago noites nas bainhas dos dias, onde sombras por desvendar... talvez almas dos mortos que fui velar, a chamarem-me.

Trago ausências de marços, onde andorinhas nos beirais anunciam primaveras que já foram. Trago saudades dos meus a pingarem-me dos olhos, a fazerem-me tirar o lenço do bolso para as enxugar num breve fungar. Trago lembranças antigas, escritas no vagar do tempo e que vou folheando nas horas vagas. Retratos de ontem onde também estou mas sem me ver. Tanta gente que já aqui não mora. Tanta vida, a maior parte já esquecida. É estranho. Não consigo explicar...
Trago anos de solidão a agrilhoarem-me sem perdão.
Trago rugas na pele que me desfiguram o rosto liso de outrora. Que me denunciam a existência espinhosa. Fixo-me na distância de uma vida, até onde o olhar pode alcançar. De que me poderá valer? De nada!
Desisto, visto que se me embaciam os olhos e aos outros pouco ou nada importa.
Trago noites nas bainhas dos dias, onde sombras por desvendar... talvez almas dos mortos que fui velar, a chamarem-me.


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Cravaram-me uma estaca
Na alma!...

Apoderaram-se do meu tesouro
E deixaram-me prostrada
Num chão
Nojento e pegajoso
Pejado de mentiras esventradas
E de odor pestilento

E são às dezenas os sorrisos...
Cínicos!
Que na pressa da retirada
Lhes caíram do rosto
E se espalharam no meio da podridão

Pobres criaturas sem palavra
Que de tão miseráveis que são
Atraiçoam quem lhes deu o pão
Nos dias mais negros
Da fome apertada

E salvaram quem nada lhes deu
A não ser a ilusão
Daquilo que não passa
De um redondo nada...

Mataram
E fugiram todos
Montados na mula da cobardia

Salvou-se um estranho silêncio
Que paira num ar irrespirável

Morri sozinha
Sem glória alguma
Com a dor da desilusão

Não mais voltarei
A pisar o chão que me viu morrer!...



Despertei-te no pensamento um mundo de possibilidades infinitas. Eu sei... e quero, desde já, que saibas também o quanto isso me agrada. Portanto, seremos, sim, aquilo que os outros não são! Havemos de criar um imaginário só nosso, onde todos os nossos momentos impossíveis, serão cuidadosamente recriados até se gastarem todas as palavras e quando já não houverem mais vocábulos, havemos de inventar uma nova língua que dê sentido ao desafio do impensável. Ousaremos entrar neste jogo de sedução que nos consome já todos os poros, arriscando até, queimar os dedos em prosas indizíveis.
Hoje fui a tua alvorada, qual moura encantada e reflectida num espelho de pungentes desejos, onde as tuas palavras, ávidas, se deleitaram entre a languidez das vírgulas e a solicitação dos espaços. Senti-me uma verdadeira Deusa emergindo da alvura da espuma delicada do teu sentir, nesse que foi o mais belo dos sonhos, por ti, alguma vez imaginado.
Amanhã poderei ser outra coisa qualquer, desde que seja igualmente irresistível na meiguice com que, espero, me pinceles o corpo de palavras, descrevendo um mínimo instante que seja. Pode ser um afago, um sussurro, um beijo soprado da alma...
Esse será, por certo, mais um daqueles momentos a reclamarem a urgência de existirem.


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Despertei-te no pensamento um mundo de possibilidades infinitas. Eu sei... e quero, desde já, que saibas também o quanto isso me agrada. Portanto, seremos, sim, aquilo que os outros não são! Havemos de criar um imaginário só nosso, onde todos os nossos momentos impossíveis, serão cuidadosamente recriados até se gastarem todas as palavras e quando já não houverem mais vocábulos, havemos de inventar uma nova língua que dê sentido ao desafio do impensável. Ousaremos entrar neste jogo de sedução que nos consome já todos os poros, arriscando até, queimar os dedos em prosas indizíveis.
Hoje fui a tua alvorada, qual moura encantada e reflectida num espelho de pungentes desejos, onde as tuas palavras, ávidas, se deleitaram entre a languidez das vírgulas e a solicitação dos espaços. Senti-me uma verdadeira Deusa emergindo da alvura da espuma delicada do teu sentir, nesse que foi o mais belo dos sonhos, por ti, alguma vez imaginado.
Amanhã poderei ser outra coisa qualquer, desde que seja igualmente irresistível na meiguice com que, espero, me pinceles o corpo de palavras, descrevendo um mínimo instante que seja. Pode ser um afago, um sussurro, um beijo soprado da alma...
Esse será, por certo, mais um daqueles momentos a reclamarem a urgência de existirem.
Despertei-te no pensamento um mundo de possibilidades infinitas. Eu sei... e quero, desde já, que saibas também o quanto isso me agrada. Portanto, seremos, sim, aquilo que os outros não são! Havemos de criar um imaginário só nosso, onde todos os nossos momentos impossíveis, serão cuidadosamente recriados até se gastarem todas as palavras e quando já não houverem mais vocábulos, havemos de inventar uma nova língua que dê sentido ao desafio do impensável. Ousaremos entrar neste jogo de sedução que nos consome já todos os poros, arriscando até, queimar os dedos em prosas indizíveis.
Hoje fui a tua alvorada, qual moura encantada e reflectida num espelho de pungentes desejos, onde as tuas palavras, ávidas, se deleitaram entre a languidez das vírgulas e a solicitação dos espaços. Senti-me uma verdadeira Deusa emergindo da alvura da espuma delicada do teu sentir, nesse que foi o mais belo dos sonhos, por ti, alguma vez imaginado.
Amanhã poderei ser outra coisa qualquer, desde que seja igualmente irresistível na meiguice com que, espero, me pinceles o corpo de palavras, descrevendo um mínimo instante que seja. Pode ser um afago, um sussurro, um beijo soprado da alma...
Esse será, por certo, mais um daqueles momentos a reclamarem a urgência de existirem.


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Despertei-te no pensamento um mundo de possibilidades infinitas. Eu sei... e quero, desde já, que saibas também o quanto isso me agrada. Portanto, seremos, sim, aquilo que os outros não são! Havemos de criar um imaginário só nosso, onde todos os nossos momentos impossíveis, serão cuidadosamente recriados até se gastarem todas as palavras e quando já não houverem mais vocábulos, havemos de inventar uma nova língua que dê sentido ao desafio do impensável. Ousaremos entrar neste jogo de sedução que nos consome já todos os poros, arriscando até, queimar os dedos em prosas indizíveis.
Hoje fui a tua alvorada, qual moura encantada e reflectida num espelho de pungentes desejos, onde as tuas palavras, ávidas, se deleitaram entre a languidez das vírgulas e a solicitação dos espaços. Senti-me uma verdadeira Deusa emergindo da alvura da espuma delicada do teu sentir, nesse que foi o mais belo dos sonhos, por ti, alguma vez imaginado.
Amanhã poderei ser outra coisa qualquer, desde que seja igualmente irresistível na meiguice com que, espero, me pinceles o corpo de palavras, descrevendo um mínimo instante que seja. Pode ser um afago, um sussurro, um beijo soprado da alma...
Esse será, por certo, mais um daqueles momentos a reclamarem a urgência de existirem.


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