Retalhos de mim...


No fundo, mesmo no fundo
A razão mata a vontade
E a vontade não se defende
Sucumbindo à razão
Numa morte anunciada
Mesmo antes de nascer...

Mas... de repente
A vontade se ergueu
E com a razão se debateu
Desafiando-a sem temer!

Vem…
Faz da minha vontade
A razão do meu viver
Escrevendo na simplicidade
De um poema singelo
Essa mesma vontade
Esse meu querer!...

Entre um poema e um desejo
Há um beijo que te espera

Nós?...
Somos só nós
Enlaçados em nós
Que nos prendemos
Por nós
Em nós...

E vieram as lembranças
Memórias de um tempo ido
Algures perdido
Nos recantos do tempo da infância…

Fruto esquecido
De um Amor sofrido... proibido...
No Outono da vida
Nada mais interessa
São apenas retalhos amarelecidos...

Como dói, pensar em ti
Na minha vida, não há luz
Vês?... Olha bem...
Aquela estranha ali
De olhar perdido... vazio...
Talvez já não esteja aqui!...

Momentos de alma nua
Que no corpo enrugado se esconde
Da sua eterna juventude
Mas é somente no corpo
A alma... essa será eternamente
E para sempre... jovem!

Ela tem um desejo
Uma vontade
Uma razão
Um pedido...

Te pede e suplica
“Dança comigo este Tango” !!!

29 impulsos:

Silêncio © disse...

Eu danço, eu danço este tango.

Linda dança de palavras entrelaçadas, por ti escritas e tão bem elaboradas.

Um Beijo em Silêncio

JuvePP disse...

Cleo, Eu estou sem palavras. Não sei se gostaste de o fazer. Eu adorei lê-lo. Não é apenas um momento de alma mas antes várias momentos que quando conjugados num determinado momento resulta neste poema líndíssimo. Está muito criativo. Sendo grande, mantiveste-te fiel ao teu estilo, isto é, só usas as palavras necessárias e não mais, fazes com que os poemas vivam da leitura de cada palavra.
Beijos e muitos parabéns. Devias publicá-lo no luso. Temos poeta do flashe do momento, mas sempre descrito com muita intensidade.

A.S. disse...

Vem... dá-me a tua mão... vamos dançar!...


Um beijoooo

AFSC disse...

Um el tango!!! Adoro um bom tango, e aqui está um belo tango, uma bela dança de palavras..
kiss's

Jade disse...

Sempre ouvi dizer que para dançar tango são precisos dois… aliás, as relações são como dançar um tango e vive-las e mantê-las, é tão difícil como dança-lo. O tango é das danças a mais difícil de aprender, é preciso coordenar pés, mãos, braços, é preciso estar atento ao outro, saber ouvi-lo para lhe seguir os passos, é abraçar mas dando-lhe espaço, sem agarrar…é no fundo dialogar para que entendamos o que cada um pretende para que ambos sigamos no mesmo ritmo e os nossos passos percorram o mesmo caminho, na mesma direcção… Pena que nem toda a gente consiga dançar tango...é tão lindo de ver

A. Jorge disse...

Caí aqui de para-quedas via "Alquimista!"
Que lindo!...
Adorei!

Abraço

Jorge

http://vagabundices.wordpress.com/

Mago dos sonhos disse...

Saudações Ser do Impulso!
Saudações a Todos!

Antes de mais, o Mago quer frizar, que não existe palavras para descrever a força, o sentir nestas rimas, neste tango de palavras. Perfeito eles estão e o são. Existem momentos, ocos, vazios sentimentos, dormentes vazamentos, e por vezes, estão reflectidos na subtileza de um simples olhar. Diria o Mago, que existem visionários, que não querem ou não lhes interessa, ver a "cegueira" em seus olhos. Espero que entendas, o que quero dizer. O Mago aqui repousou e estas palavras adorou...sincero eu sou.

Sonhos Mágicos

Phiwuipa disse...

Meu Deus... Tantas saudades de ler tais posts. Aqueles que chegamos ao final do mesmo e dizemos "bem dito", "belas palavras"...

*Beijinhos*

(Se poderes passa pelo meu blog :))

Débora Azevedo disse...

Tenho mais um bocadinho do livro aparece... bjinhos

Nilson Barcelli disse...

O poema é belíssimo e muito bem construído.
A única coisa que falta é o tango...
Beijinhos.

Daniel Aladiah disse...

Num impulso toda essa vontade se cumpriria, mas precisaria depois do acordo da razão...
Um beijo
Daniel

Poeta Đa Lua disse...

LONGO,
LINDO,
PROFUNDAMENTE PROFUNDO...
QUE ENLACE DE SENTIR!
UM ABRAÇO E UM SORRISO!

Delfim Peixoto disse...

Fizeste lembrar Piazzola
jnhs

Anónimo disse...

Um poema belissimo que me deixa sem palavras ...!
Fico a ver a dança :)
Beijito.

AC disse...

Tu... o que tu escreves, o que tu nos (me) passas quando escreves, a forma como o passas... tu és uma Poetiza miuda.

Obrigada por mais este momento

Beijo

AC disse...

Sorry, não é apenas o seres uma Poetiza, felizmente temos bastantes por aqui. É O SERES UMA POETIZA COM UM SENTIR QUE MUITO ME AGRADA.
Parabéns.

linfoma_a-escrota disse...

mama!!!

WWW.MOTORATASDEMARTE.BLOGSPOT.COM

Estou a ver-me de frente, contigo
aqui, é nesta fracção de tempo constante
o querer acordar e intervir, chocar
a (des)normalidade que irradias e,
despreocupado, deixar de inspirar
frente à tua cara e tombar arroxeando,
é a hora da mamada, vais chamar a
ambulância para estas naridas tapadas
que te irão contradizer até rebentarem ou,
vais deixar a especturação acumular-se
e ver-me morrer de gânglio na garganta,
como se fosse uma lâmina de barbear
mais díficil de engolir que as habituais,
com tamanha orquestra orgânica a discorrer,
dançando duros tangos de deslumbramento
na cabeça, será que a vês como te sinto
ou, será a visão curva como um espinho
de palmeira enfiado nas três órbitas,
esta interrogação está cansada de conversar,
apenas ouve os ruídos dos carros policiais
tal qual lagostins com marca mas sem vaza,
vão aceitando as migalhas de comida que
os pobres lhes deixam por entre as reentrâncias
mal cimentadas da calçada portuguesa da Baixa
e, sem orar nem agradecer, partem as unhas
para as apanharem, são assaltados por aves
que vão snifando sonhos até estoirarem,
unos com o labirinto obsessivo de que
fazem parte mas já não sabem sofrer mais.
Quais mágoas? Que ambições?
Tiro uma fotografia a contra-luz para
relembrar o cheiro doente a antibiótico
do condor do aumento delicado,
talvez a frase da amiga ou placa dentária o
ajudasse neste seu dia deitado ao mijo e,
inventei tudo o que não fiz nesta manhã
quando acordares, teremos um programa
de véspera e o sol nunca desaparecerá,
responderemos a todas as medinas e
provocações sem preocupações, da voz
inferior nascerá o último tom nocivo,
seremos refúgio ao corrimão deserto que
odiámos e amámos tanto ano emblemático,
virá de ti a consciência que me destrói
perante a gigante falha tectónica que
existe nos corações dos miradouros lisboetas,
como manchas negras de incerto soturno saco
vamos a passear ao sairmos juntos do banho
que enchemos, imersos, em rios de surrealidade
e roquejares mutantes, sem membros,
repulsivos para as crenças, lavandarias
com consumo mínimo, sugerem juntar-se
aos irmãos da diversão, na beleza dos paraísos
da terra, em cada esquina rotina cansado cantar,
todos os dias vejo-te junto a mim e não esqueço
quem sou, de quem sonhei matar,
sou teu solo e és minha cidade e todas
as pessoas que aqui vêm, vivem em movimento,
precisosas e radiantes, plantam motins e beijos
de todas as ordens, ao desbarato do prazer
transmitimos embasbacação bem intencionada,
contagia e tudo, solidÁRIA, querida espalha-te
aos humanos que não receiam seu cérebro
retirável, podes rodá-lo e embrulhá-lo, olha dou-to,
reviro-me às vezes para ele, noutra posição
concluo que o descanso não é depositável,
solta-se por furozinhos de gasolina e excitação,
independentemente das horas de sono
a agitação domina as ilustrações conceptuais
quando adormecemos completos, raro é
tal património conquistável, replica novidades
e surpreende-nos quando o damos por certo,
como algema antecipada desenhada na parede,
um piquete ansiante de nos aterrorizar e multar,
bela aventura replicativa, arrelias-me tanto
que acho que me estás a apoiar, seremos um
sem dúvida, és medeia demais neste chafariz,
estamos a pingar e iremos ser levados pelo vento,
constipados, para longe daqui, num foguetão de areia
ao ladrar do piano que improvisa desterro,
fecho o olhar e vejo esta menina curiosa ao
emprestar doce desânimo para me atraír a
seu berço da indiscutível resignação, é viável
usurpares meu corpo para sorrires ao sonhares,
desta vez de olhos abertos, protegidos por
ténue camada de fumo e licores, cortinas leves
onde por detrás se vestem os dançarinos,
andaremos de baloiço com as línguas a um só ritmo
passou-se assim toda a noite amarrados a
nosso espelho postulado, como animais
em quinta de lona e trigo, enfeites e tempestades,
soavam a silvas queimadas que maçavam a
irritação das amoreiras na grossa pele de bébé,
desistir perante assinaturas complicadas,
isso nunca, corroboro cada ombro efusivo
que embata contra minha cara, neste escasso
cubículo inaugurámos novas fundações,
perenes ao auxílio alarmante das disposições,
foi como o casamento de duas instituições,
sem méritos académicos, com correntes de ferro
atrás das costas a alterarem-me os neurónios
que preferem fugir da alergia, movimentos tão
desejosos de bocejar, esticar esta mão até
teu lábio alaranjado inchar e dormir aí, esposo
coerente, carente, bem diferente?
Aqui somos todos artistas, sapiens paleolíticos,
ouvem-se de vez em quando suas batidas
na chaminé, nuvens de elite desviam-se para
os vermos hurrar literatura que perspectiva e
desbloqueia as portadas mal fechadas do trono,
a luminosidade é ardente e desvanece-se
perante cada frase quando encolho o pergaminho
em desligados trocares de olhares
que falam diálogos eternos, tolerantes,
interrogam-se sublinhados a florescente e
sei que significam porque sou eu quem sinto e
induzo para que o sintas comigo ao mesmo tempo,
projectos de outros não são bem-vindos,
levantam-se sobrancelhas, alteram-nas os óculos,
entre penas pontiagudas dum pavão
perdem-se afagares de cabelos que recusam
porque me integro no abecedário mudo e
impeço-te de durares para sempre,
apesar de nunca ninguém tentar personificar
o que vou vendo entre drásticos dispêndios,
foi esta a província que soube tão suculenta e
exactamente tão aflitiva quando terminou,
quem o definiu foi o consûl estrangeiro de
lavagem bestiária que está preso à personagem
e colecciona comoções autênticas e lubrificadas
para se ir apoderando da purificação poética
a que nunca escapará, como portão majestoso
que finge não conhecer o visitante de honra,
nada dá a entender mas começa a deixar de ouvir
e é aí que os emanares de correrias vão
da marmita do piquenique para a campa,
jeitosamente ornamentada com recados de alumínio
para serem usados por douturado mendigo
num futuro passado elástico que desaparecerá
e nunca poderá acontecer outra vez, nunca
apesar de sufocar e escavar incessantemente
com minhas mãos imensamente porcas,
procuro terra seca de água e enterro-me
nela como se estivesse a flutuar no ar, entre
tantas minhocas no meio da feijoada biliosa
quero ser provocado a amar todos os dias,
vão vivendo histéricas vidas demasiado amorfas
enquanto buscam pelas semanas pacotes
de bolachas e almofadas que abafem os sentimentos
de tantos olhares corrosivos, abraços com
músculos constrangem-se à irregularidade
por onde se vão espairecendo as emoções,
como mistérios abatidos pela solidão dominatrix
ninguém pode deixar que se tornem em felicidade,
senão batendo uma castanhola na outra,
à pressa e sem interesse, nesse lugar diafragma
sem tempo corrente, nós nem nome, sedução
sente-se a cair no chão dum orifício
pegajoso e bombardeado pelas condecorações
coradas que espicaçam a sensibilidade,
começam e terminam na pausa de esperar
ser restabelecida mais cedo que jamais,
sente-se desesperada, como se estivesse
num pedaço de melaço invadido a ouvir
o barulinho televisivo do paracetamol que
alimenta ideias mas esquece possibilidades,
sem sentidos fala com ninguém que a ajude
e vai dando o sepultado vigésimo passo
até à cova pré-histórica sem fogo nem roda,
busca a luva que Tanto pode brilhar no
buraco aerodinâmico dos perdidos e achados
da comunidade que desconheço e antevejo
saltitando entre amassadas torradas sem sumo,
viajando pelos ocultos erros da gravação
acontecem impunes insurreições
à coragem que já prefiro ignorar
mas, são impossíveis de evitar e compôr,
passa o orgasmo e nela haverá sempre
a réstima de estragada distância original
que injectarei compreender após assimilar,
rodopiar e regorgitar, voltei perto de longe,
toca-me para eu lhe tocar a ela,
afastando as crateras de vulcões extintos
a partir da poeira interestelar solta por
entre um rugido de leão, um guincho agudo
e incolor d’águia real que esvoaça ao lado
dos oito motores dos aviões comerciais,
vamos grasnando hostis, sem saber
quem chora quando e porquê, por mim
não aceito, quero ser rã venenosa para
que ninguém se aproxime pois, se é
impossível estar contigo até o cemitério,
só ao alcance deste verso sentido que
nunca me exprimirá finalmente, talvez
mais vale não tocar ninguém menos e
ter um anúncio enorme nesta testa
arruinada de amores a dizer:
“este homem não passa duma pêga
que te quer ser sempre
mas só quando tiver tempo livre.”


IN trepidação / trepanação 2004 ;)

Rafaela disse...

(♥)
         (♥)
          (♥)
............... \\\v///..(♥)
...............\(•)(•)/-.
.........´ ooO¤(_)¤Ooo
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Não importa como o dia amanheça..
Coloque uma flor na janela,
Estampe um sorriso na face,
Esperança e otimismo no coração,
Amor no seu dia,
E os amigos por perto
Tudo na vida passa
Inclusive os dias ruins!

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Carlos D disse...

Num impulso, de repente
essa alma começou a dançar
ao som de um tamgo ardente
posso te acompanhar

Fecha os olhos,sente-me a mão
nesse instante só os dois
corpos unidos em comunhão
dançar até ao fim... depois!

um poema muito impulsodalma
bjs e um sorriso

suruka disse...

Retalhos de ti e de mim.
Que lindo escrito.

Parou tudo!!!
Por favor dá-me o prazer desta dança,
um tango cheio de impulsos. Irrecusável.


( querida impulsos, reconsiderei, para salvaguardar o teu posto de trabalho
vamos pô-los todos em fila no HSM para um teste á prostata)
que tal???

beijos b. f. semana

Moura ao Luar disse...

Linda... das palavras, da construção dos sentimentos e do baile da vida que se entranha neste teu espaço.

A.S. disse...

Passei e deixei cair um beijo!


Bom fim de semana...

Ana disse...

Muito giro.
Enquanto houver vontade tudo é possivel.
Beijos

Anónimo disse...

Olá Cleo, Por vezes a razão sufoca a vontade!
Mas devemos-lhe fazer frente a vontade ergueu-se em ti...e a razão sucumbiu...deveria ser assim na vida, mas por vezes não o é!
Que dances muitos "Tangos" nessa tua vida!
Como sempre, e escusado será dizer que gostei!
Um bj Sony...
Há...e és mesmo uma querida!
Sony.-)
Bom fim de semana!

Menina do Rio disse...

Entre um poema e um desejo,
há um beijo
que vence a razão
por momentos
em que almas se integram
se fundem...

Catarina Alves disse...

Há muito que não andava por aqui... mas estou de volta.

... Que poema lindo!...

Beijinho grande

Nani

AC disse...

O Tango, propriamente dito, seria absolutamente conspurcado se o meu corpo o bailasse, mas os Apocalyptica adorava dividir contigo.

Beijo

Anónimo disse...

Lindo!...

ADOREI...

Olga disse...

Olá!
Tenho algo no meu blog para ti!
Bjs.