No avesso de mim
Existe um ente desesperado
Um ser esfaimado de vida
Sedento de novas sensações
A morder-me o pensamento

Escuto-lhe os passos
A galgarem as paredes
Da insatisfação
Do meu inconsciente

A mortificarem-me a vontade
De arriscar
Em nome de uma razão
Que não se compreende...

Sinto-lhe o respirar
O ofegar quente
Este martelar constante
Que me arrepia
Que me estrafega
Os ouvidos
Que me ensurdece...
Que me enlouquece...

E o pior
É que não tenho como calar
Este malvado silêncio!

4 impulsos:

Mel de Carvalho disse...

O silêncio não consentido, Cleo, é o maior dos besouros aos ouvidos da alma...

Minha amiga, escreve, escreve sempre, que cada linha será maior e mais bela que a anterior e culminará numa nota a preencher o silêncio...


Beijo daqui e a minha amizade
Mel

Daniel Aladiah disse...

Querida Cleo
Sinal de que ainda estás viva...
Beijo
Daniel

Trapezista disse...

Lindo! :)

O silêncio...não temos de o calar.. ele é a essência da simbiose dos sentidos mais profundos.

Trapezista

Trapezista disse...

Silêncio. que por aqui as palavras cantam as vontades onde o coração é maestro.

Trapezista