Foi rei no seu reinado enquanto durou a sua dinastia de amante libertino. Foi amado mas nunca amou. A coberto do seu manto aveludado que o endeusava e encantava as damas que de si se abeiravam, usou e rejeitou a seu belo prazer, satisfazendo os apetites do momento e nada mais do que isso. Foi mestre na sua arte!
Da sedução que o impelia ao crime noite após noite, vítima atrás de vítima, adivinharam-se-lhe inúmeros julgamentos desesperados, mas na realidade nunca chegou a ser apanhado e da pena se haveria de escapar sempre, até ao dia em que um acto insano se apoderou dos seus intentos e perante a perplexidade de todos, resolveu ser ele mesmo a meter o seu próprio pescoço no laço da forca...
Dizem que ainda por lá se encontra o corpo do infeliz. Miseravelmente abandonado no alto do penhasco, mesmo por cima do abismo cuja cobardia o impedira de se atirar condignamente.

2 impulsos:

Mel de Carvalho disse...

Cleozinha...
que coisa, amiga. Uma forca. Assustei-me :=)

Do texto: a tua prosa, de que gosto mais que da tua poesia, é EXCELENTE, sempre to disse. Li ontem, reli agora e digo-te, uma vez mais: excelente!

Um enorme e muito saudoso abraço.
Mel

Daniel Aladiah disse...

Querida Cleo
Boa música, um whisky e uma corda... o cavalo arrasta-se, o sol queima, o deserto a atravessar...
Um beijo
Daniel